Em outubro foi marcada a nova quimioterapia. Lá fomos nós de novo ... Dessa vez ela fez a químio e em seguida uma ressonância para controle. Como estávamos internadas, o resultado sairia mais rápido.
Enquanto esperava o resultado, resolvi conversar sobre o dentinho da Mari ( estava meio marronzinho por conta de uma queda) com uma enfermeira muito querida da onco ambulatorial, a Míriam. Ela havia se tornado minha grande amiga e conselheira oncológica.
Desci até o segundo andar e perguntai para a Vanilma ( recepcionista) se a Míriam estava lá ou estava de folga. Era uma segunda feira ( dia 15 de outubro), pós feriado, qdo recebi a primeira notícia arrasadora do dia. A Míriam tinha ido visitar a família em MG e na volta, o carro onde estava bateu de frente com um caminhão e ela, a filha de 7 anos e um sobrinho de 9 tinha falecido na hora no acidente. Quase tive um ataque. Chorei compulsivamente na frente de todos os pacientes, enfermeiros, médicos. Afinal ela tinha se tornado um pilar em nossas vidas, só ela fazia o atendimento ambulatorial da Mari ( coleta, transfusão, injeção de todos os dias etc). Minha querida amiga havia se tornado um anjo de verdade! Uma moça linda, de trinta e poucos anos, que vivia aqui em SP sozinha com a filha e que estava pleiteando um emprego nos EUA no fim do ano, tinha desaparecido da terra em minutos! Ela e sua filhinha Clara não existiam mais por uma questão de segundos. Fiquei arrasada. Subi para o 7} andar em prantos, minha mãe se assustou....não conseguia se lembrar dela. Abri o site do Sírio para ver se achava alguma foto dela para mostrar para minha mãe, não achei.
Aproveitei o site pra olhar se o resultada havia saído. Segunda notícia triste do dia, havia algo na ressonância que deveria ser considerado recidiva do tumor. O tumor tinha voltado! O que restava de ânimo e força em mim, acabara ali na frente do PC. Liguei desesperada para a Dra Lilian, ela ainda não tinha visto as imagens , ía olhar e falar com o Dr Félix. Liguei para o Dr Félix, estava no aeroporto indo viajar para um congresso e não tinha como ver. Entrei em pânico! Liguei para o Dr Erasmo. Ele me disse que poderia ser mesmo o tumor, mas que ficasse calma. A Dra Lílian chegou de noite. Me explicou que poderia ser recidiva, assim como uma cicatriz , ou uma radio necrose. Mas não tínhamos como saber, por ser muito pequeno ( 0,4cm). Ela conversou com o Dr Félix e ele explicou que o local era inoperável, pois as sequelas poderiam ser grandes, principalmente para o movimento dos olhos, pois a lesão estava entre o tronco encefálico e o cerebelo.
Novo sofrimento, só que dessa vez eu achei que tinha que fazer alguma coisa. Não conseguia aceitar esse diagnóstico. Surtei. Conversamos muito seriamente com a Dra Lílian e falei que procuraríamos outras opiniões.
Ao contrário da primeira impressão que tive dela, nessa altura eu já a considerava uma médica maravilhosa, ela já havia se tornado uma amiga. Carinhosa, atenciosa, paciente, eficiente e muito competente!
Falamos que ela estava trabalhando sozinha, pois ela precisava de um neuro cirurgião com ela e o Dr Félix não estava muito presente.
Em todo esse tempo, eu li muito sobre câncer, tumor, tratamento, acompanhamento médico. Me aprofundei demais nesses assuntos, minha irmã tb me ajudou muito nesse sentido.
Pronto, ela nos recomendou dois neuros. Marcamos consulta. Dr Marcos Stávalle, médico maravilhoso! Um excelente cirurgião ( operou Felipe Massa, no acidente do capacete), mas acima de tudo um ser humano sem igual, um coração gigante. Disse que operaria a Mari e nos entregaria ela viva, andando, falando e enxergando. Aí tudo piorou, um operava o outro nem pensar. Terceira opinião.
Dr Paulo Sanematsu, chefe da neuro cirurgia do AC Camargo. Médico simples, humano, sério. Olhou os exames cuidadosamente. Achou que poderia não ser tumor e teve a mesma opinião do Dr Félix, não operar.
Ô decisão difícil meu Deus. Foi isso, coloquei nas mãos de Deus e pedi que ele mostrasse o caminho. Ele mostrou, Dra Lílian decidiu acompanhar. Faria mais uma químio, outra ressonância depois de um mês e outra químio.
Em 6 de novembro(niver do Alê) ,outra químio. E a ansiedade pela nova ressonância que só aconteceria dali a 20 dias +ou-.
Fê, me emocinou e me sinto totalmente envolvida nessa história de muita dor, mas também de muitas vitórias, força , luz e bençãos , veja como a balança das coisas boas está mais cheia!
ResponderExcluirBjus minha querida!
Cris, vc é uma fofa! Me dá uma força tremenda! Obrigada querida! beijos
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