Epilepsia

Desde que me entendo por gente achava que epilepsia era uma doença incurável e que a pessoa portadora desse mal, teria convulsões pro resto da vida! Me lembro que na escola ( 3ª série) havia uma menina que tinha crises epiléticas horríveis. Ela se debatia, enrolava a lingua , caía, e eu tinha medo!
Há uma semana descobri que existem diversas formas de Epilepsia. E que ela pode acontecer algumas vezes e desaparecer ou durar a vida toda, mas bem controlada. E que as convulsões podem ser pequenas ausências, bem como grandes ataques. Pode acontecer uma vez, assim como toda hora....
Por que estou falando nesse assunto?
Porque infelizmente, a Mariana teve convulsões. A primeira aconteceu em janeiro desse ano e outras duas nessa semana. Foram crises epiléticas diferenciadas. A primeira foi bem forte e ela dormiu cerca de 50 horas seguidas. A segunda ( ocorreu nessa segunda feira) foi bem fraca, ela entortou todo o lado esquerdo do corpo, e isso durou alguns poucos minutos. Corremos para o Sírio, a Dra Lu, aumentou a dose do remédio e voltamos para casa. No dia seguinte, ela teve uma convulsão bem mais aguda e que durou quase 1 hora( chamada de grande mal). Os olhos e o pescoço se voltaram para o lado esquerdo e ela gritava muito...Ficamos no hospital para que ela fizesse exames e ficasse em observação. Dra Lu aumentou novamente a dose do remédio e ontem (sexta feira), voltamos pra casa....
Confesso que na segunda feira, não fui uma pessoa forte. Surtei! Tive uma crise de pânico horrenda no momento em que ela precisava de mim! Não consegui me controlar. Foi horrível! Eu nunca imaginei ver minha filha com uma crise epilética( a de janeiro ela teve dormindo e eu não vi)....
A de terça feira, eu já estava bem mais calma....impressionante como a gente se acostuma com tudo nessa vida!
Tudo isso aconteceu devido à grade manipulação do cérebro dela.
Sinceramente, espero que, com o ajuste da medicação, ela nunca mais tenha nenhuma crise. Mas se essa for a sequela de um problema tão grave que ela teve, vai ser bem menor do que esperávamos. Minha filha está totalmente normal, sendo que ela poderia nem estar viva....dos males o menor.

EPILEPSIA

O que é?

Segundo a definição do dicionário Aurélio a palavra "epilepsia" significa: "doença nervosa com manifestações ocasionais súbitas e rápidas entre as quais sobre saem convulsões e distúrbios da consciência", mas a palavra é derivada do grego, no qual significa uma condição de tornar-se dominado, apanhado ou atacado.

As crises variam de um portador de epilepsia para outro, mas existem alguns padrões gerais. A grande maioria, por volta de 70 % dos casos consegue tratamento, com sucesso, usando um medicamento ou uma combinação de medicamentos. Às pessoas que não se encaixam dentro dessa faixa considera-se a denominação de portadores de epilepsia de "difícil controle", os quais partem para outros tipos de tratamentos e terapias além do medicamentoso.

Uma única crise não é geralmente considerada suficiente para se fazer um diagnóstico de epilepsia. Crises epilépticas que ocorrem simplesmente em associação com fatores precipitantes ou ativadores são nomeadas crises agudas sintomáticas ou crises situacionais. Alguns precipitantes são febre, pancadas, distúrbios metabólicos, abuso de álcool ou drogas e dano agudo na cabeça. Crises sintomáticas agudas recorrentes normalmente não são consideradas "epilepsia".

Crise epiléptica - uma crise epiléptica é uma descarga sincrônica excessiva dos neurônios no córtex cerebral, causando um evento discernível para a pessoa ou o observador. As manifestações clínicas de uma crise dependem de onde no córtex ela começa e da velocidade e extensão de seu espalhamento. Crises epilépticas freqüentemente mostram um ataque e normalmente cessam espontaneamente. Elas geralmente são curtas, durando entre segundos e minutos.

O cérebro é um órgão extraordinário e complexo. Quando o cérebro é compreendido pela epilepsia, há diversos conceitos que são necessários saber.

Normalmente, o cérebro gera continuamente impulsos elétricos minúsculos em um teste padrão em ordem. Estes impulsos viajam ao longo da rede de pilhas do nervo, chamados de neurônios, no cérebro e através do corpo inteiro através dos mensageiros químicos chamados neurotransmissores. Uma crise corresponde a uma descarga repentina, excessiva da atividade elétrica do sistema nervoso que causa geralmente uma mudança no comportamento. Ocorre quando os neurônios do cérebro falham e geram uma descarga repentina e descontrolado da atividade elétrica no cérebro.

Um outro conceito importante para a epilepsia é que as áreas diferentes do cérebro controlam funções diferentes. Se as crises surgirem de uma área específica do cérebro, a seguir os sintomas iniciais da crise refletem frequentemente as funções dessa área. A metade direita do cérebro controla o lado esquerdo do corpo, e a metade esquerda do cérebro controla o lado direito do corpo.


Causas

Uma crise epilética pode ser um sintoma de muitas anormalidades cerebrais, como traumatismo craniano, infecções como meningite e encefalite, cisticercose, tumores cerebrais, cirurgia cerebral, acidente vascular cerebral (derrame), doença de Alzheimer, álcool e abuso de drogas ou qualquer substância tóxica, malformações cerebrais e traumatismos de parto como asfixia perinatal e lesões cerebrais perinatal. Essas epilepsias são chamadas sintomáticas, ou seja são um sintoma da lesão cerebral.

Há um grupo de epilepsias nas quais as crises não são relacionadas às lesões. Essas têm origem genética, a qual determina menor limiar elétrico para gerar crises. São as crises idiopáticas. As chances de uma criança com um dos pais, um irmão,ou uma irmã apresentar crises é de 5%. Essa tendência genética mais frequentemente se manifesta nos primeiros anos de vida.

Tipos de Crises

Dependem da funções dos neurónios onde se dá a dita descarga eléctrica anormal,
bem como se a descarga se circunscreve apenas a um grupo de células ou se propaga a outros grupos, ou inclusive, se atinge simultaneamente todos os neurónios.

Assim podemos distinguir dois tipos fundamentais de crises:as generalizados, envolvendo todo o cérebro, e as parciais, em que a descarga se limita a uma área cerebral. Quando uma descarga começa numa zona circunscrita e, posteriormente, atinge todo o cérebro, então designa-se por crise parcial com generalização secundária.

De todas as crises generalizadas as mais frequentes e conhecidas são as tónico-clónicas (também conhecidas por crises de grande mal): na fase tónica o doente perde subitamente o conhecimento, cai, e o corpo torna-se rígido; na clónica todo o corpo é percorrido por convulsões. Segue-se uma fase de relaxamento muscular, em que pode haver perda de urinas, e a consciência recupera-se lentamente. Frequentemente há mordedura da língua.

No mesmo grupo ainda há a considerar: as ausências (ou crises de pequeno mal), próprias da infância, caracterizadas por uma breve interrupção da consciência, sem outros sinais acompanhantes, exceto um breve pestanejar, habitualmente descritas como "paragens", de que o próprio não se dá conta; atónicas, com quedas súbitas sem perda do conhecimento; mioclónicas, constando de contrações musculares dos membros, surgindo após o acordar, referidas como "esticões".

As crises parciais podem subdividir-se em simples e complexas. Nas simples não há alteração da consciência e constam de convulsões de um membro ou de parte do mesmo, ou de sensações de formigueiros ou picadelas percorrendo um membro, sensações abdominais, percepção de gostos ou cheiros esquisitos, fenómenos auditivos e visuais; muitas vezes são designadas por auras. Nas complexas há alteração do estado de consciência, o doente apresenta-se confuso ou faz gestos automáticos de mastigação ou continua a desempenhar a tarefa que estava a executar iterativamente; outras vezes, estes automatismos consistem em esfregar as mãos, deambular, mexer sem nexo na roupa, manipular indevidamente os objetos circundantes.

Fonte: Jassen Cilag / Epilepsy.com

11 comentários:

  1. Boa Noite Fernanda!
    Não nos conhecemos,mas nossos maridos são amigos,o meu é o Paulo Pequino representante da Etilux e o seu consequentemente cliente do meu!!
    O seu blog é maravilhoso a luta de vcs imensurável
    graças á Deus a Mariana está bem no momento depois de mais este susto da eplepsia. O meu pai faleceu á 2 anos,tinha eplepsia e foi sequela de uma meningite q ficou um coágulo de sangue no cérebro,isso qdo ele tinha 18 anos de idade e ele faleceu com 78 anos. Estou dizendo
    isso pra vcs pra te confortar, se esta sequela for pra sempre na Mari....dos males o menor né??
    Se Deus permitir ela já está curada do maior mal e este pesadelo está prestes a terminar....
    Um beijo no coração de vcs e um muito muito especial na cabecinha da Mari e diz q a Tia Malu quer ve-la de cachinhos logo logo e q meu beijinho vai sarar o dodói dela!!!
    Fquem com Deus q vcs vão vencer essa luta!!
    bjs...

    ResponderExcluir
  2. ELA E UMA CRIANÇA MUITO LINDA!!

    DE:NATTY(IRMAZINHA DO LUCAS)

    BEIJOS COM AMOR E CARINHO NATALIA

    ResponderExcluir
  3. Tudo isso vai passar, e ela vai ficar bem. Estamos aqui tbém e obrigada pelo carinho, adoro vcs!! Bjos no coração

    ResponderExcluir
  4. Amiga
    Muita força, vamos continuar rezando muito por vcs.
    Bjs e no que precisar conte comigo.

    ResponderExcluir
  5. Antes do meu filho ser diagnosticado com o tumor, um eletro-encefalograma constatou “anormalidades paraxísticas” na parte frontal do cérebro. A neuropediatra informou que ele tinha “epilepsia rolântica”, com possibilidades de vir a ter crises epiléticas. Quando fiquei sabendo disso, achei o fim do mundo... Mas alguns meses depois veio o diagnóstico do tumor e até me esqueci desse “pequeno” problema. E segundo os médicos não tem relação com o tumor, pois a região é outra...
    Já vai completar 4 anos e graças a Deus ele não teve nenhum crise epilética (que eu tenha visto, pois a médica disse que as crises podem acontecer dormindo ). Mas não sei como agiria se presenciasse uma crise epilética... Acho que igual vc... Mas se tiver que conviver com ela, a gente acaba superando.
    bj

    ResponderExcluir
  6. Oi Fernanda!

    Eu tenho Epilepsia desde os 5 anos (minha primeira crise). Hoje, com 30 anos, minhas crises estão totalmente controladas, mas ainda não consegui ficar livre do remédio.

    Fique calma... como você mesma disse, se esta for a única sequela... dos males, o menor!!! Esteja certa disso.

    Fiquem com Deus!!!!

    ResponderExcluir
  7. Oi Dany, td bem? Que bom que me escreveu....a Mari é muito pequenininha e ela não sabe expressar o que sente....vc conseguiria me descrever o que sentia nas convulsões? Acho que assim me tranquilizo mais e poderia ajudá-la melhor! Desculpe se estou pedindo muito , se vc não quiser relatar , fique a vontade.
    Obrigada pela força e se Deus quiser, loguinho vc vai se livrar dos remédios....um beijo carinhoso e denovo, obrigada!

    ResponderExcluir
  8. Boa tarde!Graças a Deus que as pessoas conseguem superar as dificuldades da doença minha preocupação é saber o que poderá acontecer com a pessoa que tem uma crise convulsiva dormindo?alguem sabe me informar por favor, fiquem com Deus um abraço a todos.

    ResponderExcluir
  9. Boa noite , tenho 18 anos e também sou portadora de epilepsia apenas espero que mariana esteja bem e gostaria de saber qual era o tipo de epilepsia dela .

    ResponderExcluir
  10. oi não nos conhecemos cai aqui por acaso por que posso te explicar ....
    desde quando tinha meu 2 anos de idade eu tenho crise e eu tenho hoje em dia meus 17 anos eu sei como vc se sente pois eu surto as vezes por ter isso e não poder fala pra ninguém a final as pessoas tem um certo preconceito com pessoas que toma Fenobarbital (que seria gardenal ) mas eu sei q tudo isso vai passa pode ter certeza disso ,to falando isso por que eu realmente não sei,só senti que tinha que falar isso .

    ResponderExcluir
  11. Boa noite! Há dois meses meu filho de dezenove anos começou apresentar crises epiléticas, no início chamada convulsões, Porém depois de nove episódios, foram considerado um paciente epilético. Tudo muito novo pra mim, tô buscando conhecimentosobre pra tentar entender, ajudar nessa nova fase de vida dele,Um menino bom estudioso, calmo e totalmente independente, Eu não sei mesmo como tudo isso tá acontecendo. Ele fazia natação, tocava bateria,violão e foi só quando entrou pro exército que os episódios se iniciaram. Acredito que talvez a pressão de uma nova rotina, pode ter contribuído, No momento o que eu espero é que ele consiga seguir em frente. Atualmente só viver sobre efeitos das medicações, Difícil presenciar as crises, mas tenho pedido força a Deus pra ajudar- lo nesse momento. Afinal dificuldades maior é a dele. Espero que a sua pequena melhore logo. Beijos de uma mãe que anda sentido o mesmo que você. Fica na paz!

    ResponderExcluir